Uma nova era no tratamento do VIH: associação de fármacos administrados em regime long acting
Segunda-feira, 21 Novembro 22 12:10

Dr. Ricardo Correia Abreu
Ana Cláudia Miranda
Infecciologia
Uma nova era no tratamento do VIH: associação de fármacos administrados em regime long acting
Segunda-feira, 21 Novembro 22 12:10
“O que nos dizem os dados” foi a sessão que contou com o Dr. Ricardo Correia Abreu, na moderação, e com a Dr.ª Ana Claúdia Miranda, na preleção. Em entrevista à Médico News, os especialistas em Infecciologia abordaram a evidência científica do novo esquema terapêutico de longa duração de ação cabotegravir/rilpivirina. Veja os depoimentos em vídeo.
O Dr. Ricardo Correia Abreu começa por clarificar que “a mesa focava os dados conhecidos e apresentados sobre este esquema terapêutico”, destacando que existem três ensaios clínicos que estudaram a eficácia do regime Vocabria e Rekambis sob várias condições – doentes experimentados e naïve. Os estudos permitiram concluir, explica o infecciologista, que “o esquema tem uma eficácia superior a 90 %, mostrando que é altamente recomendado assim que esteja disponível”.
“Foi uma mesa muito prática e em que se tentou desdramatizar este novo paradigma que ainda não está disponível em Portugal”, explica o infecciologista, sublinhando que se está “a assistir ao terceiro paradigma na terapêutica da infeção VIH com o primeiro esquema de long acting injetável e com altas taxas de eficácia”.
Por sua vez, a Dr.ª Ana Claúdia Miranda, na qualidade de preletora da sessão, realça que “tentou introduzir alguns dos aspetos mais relevantes, nomeadamente os resultados dos ensaios de fase III que fazem parte do plano de desenvolvimento da combinação de cabotegravir/rilpivirina na formulação long acting”, explica a infecciologista.
A Dr.ª Ana Claúdia Miranda considera que se está perante “uma nova era no tratamento por infeção VIH” com os primeiros resultados da associação de fármacos administrados em regime long acting “a demonstrarem elevada eficácia e bom perfil de segurança ao longo de um período de tempo substancial de avaliação”, assegura.
Em suma, a Dr.ª Ana Claúdia Miranda reitera que “os ensaios veem corroborar a segurança e a confiança [dos profissionais] na utilização destes regimes”, concluindo que muito provavelmente vai “revolucionar o tratamento da infeção por VIH”.