SPAIC: “Sou a primeira presidente da sociedade médica que vem de um hospital distrital”

Ana Morête

Alergologia

SPAIC: “Sou a primeira presidente da sociedade médica que vem de um hospital distrital”

“A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) foi uma necessidade na minha vida e espero dar muito destaque aos hospitais distritais, porque é a minha realidade.” Quem o afirma é a Dr.ª Ana Morête, imunoalergologista no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, que assumiu este ano a presidência da SPAIC, para o triénio 2023-2025.

Pioneira na Imunoalergologia nesta unidade hospitalar, assegurou a especialidade sozinha durante 10 anos. Este hospital distrital, atualmente membro do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, conta já com 3 imunoalergologistas, mas o caminho até este momento marcou a carreira da especialista. “Sentia a necessidade de ter apoio científico e clínico; que me motivasse a investigar e a continuar atualizada.”

Encontrou este apoio na SPAIC, na qual deixou a sua marca durante três mandatos como secretária-adjunta e dois como vice-presidente. “Desde 2011, estou associada aos corpos sociais da Sociedade.” Por isso, este passo para a presidência foi o culminar de muitos anos a trabalhar lado a lado com outros imunoalergologistas em prol da área e da população profissional e social.

 

De olhos postos nos jovens

Além das atividades para a população, o principal foco da Sociedade é a comunidade médica de Imunoalergologia. A especialista já acompanha o programa de formação Physalis para os internos desde o seu início e pretende manter esta tradição, com uma pequena reviravolta: “Vamos fazer nos hospitais distritais, com o objetivo de levar os internos de Imunoalergologia a hospitais mais pequenos, fora dos centros, para os conhecerem.” O primeiro é já de 21 a 23 de abril, no Hospital de Guimarães.

“Nós temos programas gratuitos dedicados aos Jovens Imunoalergologistas Portugueses (JIP).” Neste triénio, “contamos com o apoio dos Laboratórios Inmunotek, para que a vertente monetária não seja uma limitação para a formação dos jovens”.

Esta plataforma Physalis agrega um conjunto de conteúdos e vídeos de eventos de formação em direto sobre temas científicos e não clínicos, como escrever e rever um artigo científico ou trabalho estatístico, como comunicar e gerir a relação médico-doente e até momentos de coaching.

 

Do nacional para o internacional

A SPAIC já apresenta relações estreitas com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e com a Sociedad Española de Alergologia y Inmunología Clínica (SEAIC). “Queremos que os nossos parceiros nos reconheçam como uma Sociedade com sócios com rigor e qualidade científica, capacidade de trabalho, entusiasmo para serem aliados na formação e nas melhorias das práticas clínicas. Isso temos conseguido.”

Este ano, esses momentos vão intensificar-se com o I Congresso Ibérico entre a SPAIC e a SEAIC. “Esta parceria muito marcada com Espanha” leva os imunoalergologistas portugueses a Madrid, nos dias 10 e 11 de março, para um momento de partilha de conhecimentos e experiências na área. “O congresso ibérico é um orgulho. Seremos mais e melhores se nos unirmos.”

2024 vai ser um ano marcante para a Alergologia portuguesa. A especialista avança já a informação de que Lisboa vai receber o Congresso Mundial da Alergia, no qual estarão presentes as principais Sociedades médicas de Alergologia de todo o mundo, o que tornará o encontro memorável.

Por fim, a especialista destaca a ausência de dados e de estudos epidemiológicos de prevalência de doença, não só na área da Alergologia, caracterizando este problema como transversal a todas as sociedades médicas. Estes estudos multicêntricos “dão-nos poder perante os doentes para conseguir justificar as nossas escolhas e perante a tutela para fazer exigências”.


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