OCTA: potencialidades e limitações desta técnica imagiológica

Oftalmologia

OCTA: potencialidades e limitações desta técnica imagiológica

“Métricas no OCTA” foi o tema da intervenção protagonizada pelo Prof. Doutor Rufino Silva, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e professor associado de Oftalmologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, durante a 7.ª Reunião Científica Internacional do Grupo de Estudos da Retina de Portugal. Em declarações à My Oftalmologia, o especialista destacou as potencialidades da Angiografia por Tomografia de Coerência Ótica (OCTA).

“A utilização de OCTA na prática clínica reduziu enormemente a necessidade de realizar a angiografia fluoresceínica (com contraste). E, neste aspeto, a OCTA foi inovadora”, começou por assinalar o Prof. Doutor Rufino Silva, à margem da sessão “Métricas no OCTA”, em que participou como preletor.

Apesar do caráter inovador desta técnica, a OCTA apresenta algumas limitações, em particular as métricas, que, na perspetiva do Prof. Doutor Rufino Silva, “são fundamentais para a prática clínica”, permitindo “estudar a evolução da própria doença e a eficácia dos tratamentos”. Não obstante, o oftalmologista refere que, no caso da OCTA, “as métricas são fiáveis até certo ponto”. Por outras palavras, o Prof. Doutor Rufino Silva considera que a fiabilidade depende da utilização do “mesmo aparelho, no mesmo doente, ao longo do tempo”.

“Quando introduzimos vários doentes com a mesma patologia temos de avaliar a variabilidade individual entre os doentes. Nesse aspeto, os aparelhos ainda devem ser alvo de aperfeiçoamento para se adaptarem, por exemplo, ao comprimento axial dos doentes, de modo a que esta informação não influencie os resultados obtidos”, fundamentou.

“O que não é permitido de todo é a comparação de métricas entre diferentes aparelhos. Isso não funciona porque os sistemas de aquisição de imagem são diferentes, os algoritmos e os resultados também são diferentes”, apontou o médico, destacando algumas das limitações desta técnica que ainda não foram totalmente ultrapassadas: “Outro aspeto a que devemos estar atentos, quando olhamos para as métricas, prende-se com a segmentação, como é feita, a qualidade da imagem e os artefactos. Os oftalmologistas estão preparados para isso, ou seja, quando olham para uma imagem sabem dizer que as métricas não são fiáveis porque têm artefactos de projeção ou opacidades vítreas, que dão uma falsa imagem de isquemia.”

Embora reconheça que já foram introduzidas melhorias na OCTA, nomeadamente a nível dos artefactos de projeção, o Prof. Doutor Rufino Silva recorda que “há ainda um longo caminho a percorrer” no sentido de um maior aperfeiçoamento da técnica.


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