Obesidade: a pandemia subdiagnosticada e subtratada que deve ser combatida por todos

Dr.ª Carolina Neves

Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo

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Obesidade

Obesidade: a pandemia subdiagnosticada e subtratada que deve ser combatida por todos

Considerada uma doença comportamental, a obesidade é também crónica, progressiva, complexa e multifatorial, caracteriza a Dr.ª Carolina Neves, endocrinologista e coordenadora da nova clínica da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Em entrevista sobre o Dia Mundial da Obesidade, que se assinala amanhã, 4 de março, a especialista acredita que é preciso desmistificar de que “a culpa não é só do próprio indivíduo nem das suas escolhas”, provocando “inibição na procura de ajuda e de tratamento adequado”. Veja a entrevista.

Para este dia, torna-se fundamental sensibilizar a população, mas também os profissionais de saúde, os quais devem “encarar a obesidade que antecede muitas outras doenças, em particular a diabetes”. Nesse sentido, a APDP procura “o melhor tratamento para as pessoas com diabetes”, reconhecendo que uma pessoa com obesidade tem 80 % mais risco de desenvolver esta patologia.

Para combater esta situação, a especialista partilha que se deve “promover a prevenção, oferecer tratamentos eficazes e intervir no estilo de vida, na melhoria da dieta alimentar e no estímulo da atividade física”. No entanto, a não comparticipação de alguns tratamentos pode ser um impedimento para o combate deste problema. “Defendemos que estes tratamentos devem ser comparticipados para que as pessoas que tenham indicação para o fazer tenham acesso a esses tratamentos.” A especialista apela ainda à “importância do acesso à informação existentes para a obesidade”, com o apoio de equipas treinadas e multidisciplinares.

Além disso, a especialista destaca que já se conseguiu atingir perdas de peso de 5 a 7 % apenas com mudanças de estilo de vida, no entanto, “para se ter benefício e prevenção de muitas das complicações da obesidade, são necessárias perdas de peso entre 10 a 15 % do peso corporal”.

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