O alinhamento entre o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro e a Estratégia Nacional, a visão do Prof. Doutor António Araújo

Oncologia

O alinhamento entre o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro e a Estratégia Nacional, a visão do Prof. Doutor António Araújo

O diretor do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, Prof. Doutor António Araújo, foi convidado a analisar o alinhamento entre o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro em conjugação com a Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro, mostrando-se expectante para que as linhas preconizadas se repercutam na prática, em Portugal. Sobre os pilares de atuação do plano nacional, considera que, “para diminuir a carga da doença e consequente custo da patologia”, terá de haver uma aposta na prevenção, no rastreio e no diagnóstico precoce. Assista ao seu testemunho.

São quatro os pilares de atuação com que a Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro para o decénio 2021-2030 se rege: o Pilar da Prevenção, da Deteção Precoce, do Diagnóstico e Tratamento e, ainda, o Pilar dos Sobreviventes. Atendendo ao Pilar da Prevenção, o Prof. Doutor António Araújo acredita que o aumento da literacia por parte da população, nomeadamente de faixas etárias mais jovens, pode conduzir-se à interiorização de “conceitos de vida saudável”, a fim de se procurar minimizar a carga da doença oncológica na sociedade em geral.

Analisando o eixo da deteção precoce, Portugal dispõe de três programas nacionais de rastreio oncológico de base populacional em distintas áreas de implementação, concretamente no cancro da mama, no cancro do colo do útero e no cancro do cólon e reto. Questionado se o rastreio deveria alargar-se a mais patologias oncológicas, equaciona a possibilidade, e que é cada vez mais debatida, na realização de rastreio de cancro do pulmão, dado que “atualmente está comprovado ser o principal método para diminuir a mortalidade” deste tipo de cancro.

O especialista partilha da opinião de que não só deveria existir “um cuidado especial” no que concerne aos rastreios, como também posteriormente existirem “condições para a concretização de um diagnóstico precoce”, ou seja, “facilitar” o processo de execução de diagnóstico precoce e o estadiamento das doenças de um modo “célere” para que as patologias oncológicas possam ser tratadas.

O documento da Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro prevê o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem planear e monitorizar os recursos necessários no contínuo de cuidados da doença oncológica para que haja equidade no acesso a prestações de cuidados de saúde. O Prof. Doutor António Araújo afirma que atualmente “está muito difícil garantir um nível de acesso aos cuidados de saúde em tempo útil”, existindo a nível transversal “problemas muito graves” na Imagiologia, Radiologia de Intervenção, revelando-se esta “uma área importante para a concretização do diagnóstico dos doentes”, havendo também uma morosidade nos exames de Gastrenterologia e “dificuldades” nas listas de espera de cirurgias – Cirurgia Geral, Cirurgia Torácica e Neurocirurgia.


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