Inibidores SLGT2: “A oportunidade de mudar a história com segurança”

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Inibidores SLGT2: “A oportunidade de mudar a história com segurança”

A marcar o início da tarde do segundo dia das 34.as Jornadas de Actualização Cardiovascular da Medicina Geral e Familiar decorreu a sessão “Diabetes e Insuficiência Cardíaca: está tudo ligado”, que contou com o patrocínio da aliança Boehringer Ingelheim/Lilly. Em entrevista à Médico News, as especialistas que integraram o painel, Dr.ª Ana Calafate e Prof.ª Doutora Cristina Gavina, abordaram esta relação atual.

Especialista em Medicina Geral e Familiar da USF Garcia de Orta, no Porto, a Dr.ª Ana Calafate começa o seu comentário, realçando que a diabetes e a insuficiência cardíaca (IC) “são duas patologias extremamente frequentes e prevalentes”. Relacionando estas duas doenças, a especialista afirma que a preleção pretendia “fazer uma revisão dos tratamentos previstos para os doentes com diabetes e doença renal crónica, nomeadamente a utilização dos inibidores SGLT2 como primeira linha”.

“A comunicação baseou-se em dois casos clínicos”, aponta a médica de família, partilhando que o primeiro, da sua responsabilidade, atentou num “caso de diabetes com doença renal crónica”. Neste sentido, a Dr.ª Ana Calafate reconhece que cerca de “800 mil portugueses têm doença renal crónica” e sustenta que “o grande fator causal para esta doença é a diabetes”. Relativamente ao futuro, a Dr.ª Ana Calafate reitera que “é desafiador”, uma vez que a utilização desta classe de fármacos é “muito estimulante”, porque se tratam de uma terapêutica “extremamente segura e que rapidamente se consegue objetivar resultados”.

Já a Prof.ª Cristina Gavina, diretora de Cardiologia na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) e especialista no Hospital Pedro Hispano, reitera: “Não é por acaso que nós dizemos que está tudo ligado” –, afirma, explicando que “são duas patologias que cursam, muitas vezes, na mesma pessoa. Face ao momento atual, a especialista afirma que há “a oportunidade, com novas classes farmacológicas, como os inibidores SLGT2, de mudar a história da doença”.

“Todas estas situações – diabetes e doença renal – vão contribuir para a IC, na sua maioria, com fração de ejeção preservada que é provavelmente a IC mais predominante atualmente”, sustenta a cardiologista, sublinhando que, pela primeira vez, “encontrou-se uma classe farmacológica que funciona, os inibidores SGLT2, encontraram resultados positivos, reduzindo internamentos por IC e por morte cardiovascular”. Como ponto final, a Prof.ª Cristina Gavina frisa que “é inevitável que se comece a utilizá-los de uma forma muito mais alargada nestas pessoas”.


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