Estamos a tratar (bem) os nossos doentes hipertensos?

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Estamos a tratar (bem) os nossos doentes hipertensos?

O Prof. Doutor Luís Bronze e o Prof. Doutor Jorge Polónia foram convidados a integrar o painel da sessão organizada pela Tecnimede, intitulada “A importância da adesão à terapêutica no controlo do doente hipertenso”. A Médico News falou com os dois especialistas que indicaram os principais desafios e soluções no combate a este problema. Assista ao depoimento em vídeo.

“A falta de adesão é um problema muito importante, que afeta uma porção significativa dos doentes com hipertensão arterial”, afirmou o Prof. Doutor Luís Bronze, indicando as causas para esta problemática. “A primeira consiste na iliteracia médica do doente que muitas vezes não compreende que, para que a sua terapêutica tenha sucesso e para prolongar a sua vida, tem de tomar a terapêutica; a segunda razão diz respeito à inércia médica, ou seja, a resistência que os médicos têm em promover a adesão à terapêutica”

Estes números foram significativamente agravados nestes últimos anos. “Esta situação piorou com a pandemia; e os Cuidados de Saúde Primários têm os únicos indicadores testados e validados, nomeadamente o Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários (BI CSP), que são muito importantes (para conhecer a população controlada)”.

 

Interrogado sobre os principais aspetos para combater a falha na adesão terapêutica pelo doente, o Prof. Doutor Jorge Polónia foi perentório na sua resposta. “De facto, o incumprimento terapêutico é a principal causa de insucesso, cuja eficácia já está inequivocamente provada não apenas no controlo da hipertensão arterial, mas também na redução do risco de eventos e lesões de órgãos-alvo”.

Neste contexto, o médico aponta ainda que “as razões que levam à lesão do órgão-alvo são múltiplas”, tais como “inércia por parte dos médicos, frequente na intensificação de monoterapias, que devem ser reservadas para casos particulares; as reações adversas; e finalmente o uso de terapêuticas que não são aprovados para toma única diária”.
Sobre esta última razão, o especialista explica “que se, em alternativa, se usarem medicamentos de longa duração, cujo efeito dura 24 horas ou mais, garante-se que, independentemente da hora da toma ou até se ou não tomado, o medicamento continua a fazer efeito”.

Nesta sessão, foram abordadas duas terapêuticas — o azilsartan e a clorotalidona —, ambos com eficácia demonstrada e de longa duração de ação, que garantem o efeito anti-hipertensor, mesmo em casos de uso intermitente”. Por fim, o Prof. Doutor Jorge Polónia concluiu: “estes benefícios facilitam a adesão e permitem uma maior comodidade aos doentes”.


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