DIAMEDINT 3: estudo permite “impulsionar nova dinâmica na terapêutica da diabetes”

Dr. Estevão Pape

Medicina Interna

DIAMEDINT 3: estudo permite “impulsionar nova dinâmica na terapêutica da diabetes”

Desafios, conclusões, surpresas e novidades foram encontrados no mais recente estudo DIAMEDINT 3, o terceiro desta série realizado pelo Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, com foco no perfil e na prevalência dos doentes com diabetes internados em Serviços de Medicina Interna. O Dr. Estevão Pape, coordenador deste núcleo, partilhou que a diabetes é “a patologia dominante do internamento”, contando com 32 % dos doentes com diabetes internados em serviços de Medicina Interna. Assista à entrevista para conhecer as restantes conclusões.

Um terço das pessoas com diabetes estão internadas no Serviço de Medicina Interna é um número “significativo”, no entanto, a utilização de novos fármacos e classes mostram uma melhoria, comparativamente aos estudos Diamedint realizados em 2016 e 2018. Além disso, o período de pré-internamento do doente é um momento muito importante. “O excesso de peso domina e a hipertensão tem um significado importante”, por isso ambos estão “de braço dado com a diabetes”, influenciando o seu aparecimento.

Em comparação com os estudos anteriores, “a patologia predominante em pessoas com diabetes internados em Serviços de Medicina Interna é a pneumonia, seguindo-se a insuficiência cardíaca”, devido, principalmente, ao período pós COVID-19. O especialista verifica uma “mudança de paradigma comparativamente a 2018, considerando que os profissionais de saúde estão mais atentos aos doentes num período prévio ao internamento, destacando o ambulatório. Além disso, acrescenta: “Estamos a utilizar mais insulina, o que é importante, além de que a utilização de novos fármacos cresceu brutalmente dos 3 para os 20 %.” Apesar de ser um aumento expectável, confessa que não se esperava tanto.

“O esforço que fazemos para que a diabetes seja a alma no internamento em Medicina Interna está a acontecer, mas ainda não chega.” Neste sentido, o especialista partilha algumas novidades. A hipertensão, em oposição ao estudo anterior, tornou-se a patologia mais correlacionada com a diabetes, seguida da obesidade. Por isso, “temos de ser mais agressivos na terapêutica da hipertensão em doentes com diabetes e mais modernos na terapêutica da obesidade previa à própria diabetes”.

O coordenador do NEDM acredita também que é primordial “apelar melhor para o Serviço de Urgência, para reduzir a demora média dos doentes com diabetes internados em Serviços de Medicina Interna”, considerando que esta demora é “significativa”.

Em suma, o especialista conclui que a Medicina Interna, juntamente com o contributo da Medicina Geral e Familiar e da Endocrinologia, pode ajudar os profissionais de saúde “a tratar ainda melhor a situação e a pessoa com diabetes, em Portugal, com a contribuição deste estudo”.


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