Da ciência básica à prática clínica: benefícios da combinação nirmatrelvir/ritonavir no tratamento da COVID-19

Prof. Doutor Alex Soriano, Prof. Doutor José Delgado Alves e Dr. Pedro Vita

Medicina Interna

Da ciência básica à prática clínica: benefícios da combinação nirmatrelvir/ritonavir no tratamento da COVID-19

“O tratamento da COVID-19 na era dos antivirais orais” foi o título de uma sessão decorrida durante o segundo dia do 28.º CNMI, na qual foi apresentado o estado da arte pelo Prof. Doutor Alex Soriano, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Clínic de Barcelona, a transposição dos dados de segurança dos ensaios clínicos para a prática diária pelo Prof. Doutor José Delgado Alves, diretor do Serviço de Medicina Interna IV do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, e o tipo de doentes que mais beneficia deste tipo de opção terapêutica pelo Dr. Pedro Vita, especialista da Unidade de Imunologia Clínica do Centro Hospitalar Universitário do Porto. Após a sessão, os três especialistas salientaram as ideias a reter em entrevista à Médico News. Assista ao vídeo das declarações.

Para o Prof. Doutor Alex Soriano, é de destacar a existência de antivirais de formulação oral para agilizar a abordagem terapêutica à COVID-19, já que é uma forma de “bloquear a progressão da infeção e evitar a hospitalização” dos doentes.

Atualmente, recomenda-se a utilização da combinação de comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir (Paxlovid®) nos doentes com sintomas ligeiros a moderados de infeção pelo SARS-CoV-2, mas que tenham risco aumentado de progressão para COVID-19 grave e, consequentemente, de hospitalização.

É exatamente a estes doentes que o Dr. Pedro Vita se refere no seu depoimento sobre os benefícios de Paxlovid®: “Os doentes respondem, independentemente do seu estado vacinal”. Na perspetiva do especialista, a prioridade atual é planear a utilização do fármaco durante o outono-inverno “como mais um elemento que temos no tratamento da COVID-19 no nosso país”.

Da farmacologia à prática clínica

Por sua vez, o Prof. Doutor José Delgado Alves destacou que “o mais importante é dar as bases ao clínico para saber distinguir entre aquilo que são os dados concretos da ciência, nomeadamente da farmacologia” e a “aplicação prática que deve ser feita nos doentes”.

Para o especialista de Medicina Interna e Farmacologia Clínica, “compete ao médico saber olhar para os dados, valorizá-los, ponderá-los e, a partir daí, tomar a decisão final”. “Há médicos com menos experiência que não devem olhar estritamente para os dados e devem saber enquadrá-los na prática clínica”, afirma o Prof. Doutor José Delgado Alves, antes de sublinhar o papel do internista na integração da ciência básica na prática clínica.


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