“Posicionar Portugal na linha da frente da luta contra o cancro da mama”
Quarta-feira, 07 Dezembro 22 12:10
Dr.ª Gabriela Sousa
Oncologia
“Posicionar Portugal na linha da frente da luta contra o cancro da mama”
Quarta-feira, 07 Dezembro 22 12:10
“É muito importante olhar de forma crítica para aquilo que o país ainda pode oferecer sobre políticas de saúde concretamente nas mulheres.” Quem o afirma é a Dr.ª Gabriela Sousa, oncologista no IPO de Coimbra e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia, no papel de palestrante na Conferência “A Saúde das Mulheres em Portugal” que teve como objetivo promover esta discussão multidisciplinar, em prol da melhoria da saúde das mulheres.
Prevenção, diagnóstico e tratamento são as três áreas que a oncologista destaca com foco primordial no cancro da mama. “Nunca é de mais lembrar que há fatores que podem predispor ao cancro da mama”, pelo que o investimento e organização de políticas de saúde em prol da prevenção e, principalmente, do rastreio e deteção precoce, que são fundamentais. “É sempre mais fácil prevenir um cancro do que tratá-lo.”
Nesse sentido, a especialista partilha que está a ser alterada uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) que “prevê que a idade de rastreio possa ser alargada”, incluindo as conhecidas idades extremas. Para promover este rastreio precoce, as técnicas de imagem tornam-se uma ferramenta fundamental, acompanhado da densidade mamária, idade e história familiar.
A Dr.ª Gabriela Sousa partilha as três ações que considera fundamentais para posicionar “Portugal na linha da frente na luta contra o cancro: “criar métricas de qualidade para avaliar as unidades de tratamento, melhorar o acesso a fármacos inovadores e integrar o rastreio genético no diagnóstico do cancro.”
Por fim, o investimento na investigação e no direito ao trabalho são medidas ainda “um pouco longe, mas com um caminho para andar”, para que as mulheres após o cancro da mama possam reintegrar a sociedade laboral facilmente.
O cancro da mama é uma neoplasia muito frequente e que “tira anos de vida de saúde”, pelo que a especialista apela para o debate crítico de políticas de saúde em prol da saúde e bem-estar da mulher.